Almanaque do Partido Novo


Invasão do Partido Novo  (reprodução de ILISP)

Invasão do Partido Novo (reprodução: ILISP)

Nota: Este BLOG deixou de apoiar o Partido NOVO em julho de 2016, tendo como causa, o esgotamento das tentativas por parte dos filiados, em apontar os erros de navegação e de ouvir, em retribuição ao tempo, energia e até reputação pessoal empregados em torno de um projeto em que todos acreditavam, uma única mensagem, repetida exaustivamente:

– Acreditem em mim (João Amoedo).

 

Em homenagem ao milhão de curtidas do Partido Novo no Facebook neste final de semana, o Blog 30 Diários publica o Almanaque do Partido Novo. Uma coletânea de fatos e curiosidades que permeiam a curta, porém bem-sucedida história do partido político que está tentando alterar o paradigma da política brasileira.

Para os incrédulos, vos deixo a resposta do professor Barnhardt, quando Klaatu afirma que o problema da raça humana não é de tecnologia, é a falta de vontade de mudar. O professor rebate dizendo “toda civilização eventualmente atinge um momento de crise extrema, de onde se destrói ou se evolui. Apenas no precipício é que as pessoas se envolvem. Este é o nosso momento. Não tire isso de nós, estamos próximos de uma resposta”.

O Início

Segundo o próprio João Amoedo, em entrevista ao Luciano Pires, do LiderCast:

João Amoêdo: Foi mais simples, eu estava jantando com um amigo meu, que a gente estudou junto num colégio aqui em São Paulo, ele é carioca, estava por aqui por São Paulo e aí eu falei para ele, fulano, eu tinha vontade de ir para administração.

Luciano: Quem é o fulano?

João Amoêdo: Roberto.

Luciano: O Motta?

João Amoêdo: Roberto Motta.

Luciano: Esteve nesta cadeira aqui umas semanas atrás. (ouvir entrevista)

João Amoêdo: Então, eu falei para ele, Roberto, eu tinha vontade de fazer alguma coisa para melhorar a gestão pública, um inconformismo assim vindo da iniciativa privada, acostumado a tomar decisão, a buscar eficiência. O banco, eu comecei era bem pequeno e a gente foi crescendo. E assim, era uma irritação muito grande por a gente não conseguir ter algo que funcione apesar dos altos impostos. E aí ele me colocou em contato lá, na época, com uma pessoa próxima ao Gabeira, Fernando Gabeira, que estava saindo candidato a prefeito pelo Rio de Janeiro e eu queria ajudá-lo a ser eleito, me pareceu uma pessoa séria, ajudar talvez num plano de governo, a trazer práticas diferentes para a iniciativa pública, no intuito única e exclusivamente de melhorar a vida das pessoas. Você vivendo no Rio, não é possível que a gente pague esses impostos todos e aí vendo alguns amigos, alguns conhecidos montando ONGs ou participando de instituições de caridade. E uma coisa que eu sempre pensei foi o seguinte, essas instituições, essas ONGs têm algum valor, mas normalmente a atuação delas é limitada, o impacto que elas conseguem é uma camada muito pequena da população e um esforço muito grande. E eu ficava pensando, por que a gente não coloca essas pessoas no setor público, para fazerem a diferença, em vez de estarem atendendo 300 pessoas, estarem atendendo 300 mil pessoas, não é? Na educação, na saúde. Além do mais, o dinheiro já está no estado, a gente já paga os impostos e por isso essa decisão de ir para dentro do estado. Aí, quando eu me aproximei, isso em 2008, 2009, do Gabeira e depois tentando levar alguns empresários para ajudar o Gabeira, falaram não, a gente não quer ajudar quem ainda vai para o governo, a gente está ajudando aqui um plano de governo para o Sérgio Cabral, aí me aproximaram do Sérgio Cabral também. E no final desse um ano, um ano e pouco de um outro contato rápido, a minha conclusão foi que não dá para mudar a política, você precisa mudar as pessoas que estão na política, trazer gente com outro DNA para a política.

Luciano: Quer dizer, você se aproximou daquela máquina e pôde enxergar a máquina funcionando por dentro.

João Amoêdo: É, eu tive poucos contatos mas fiquei com a seguinte percepção, é muito difícil você montar boas equipes, trazer gente boa, gente preparada, gente ética, se o líder principal, um governador, um prefeito, ou mesmo os deputados, não são pessoas que compartilham daqueles mesmos valores e princípios. Isso para mim ficou claro. E aí falei bom, não tem jeito, se a gente quer trazer gente diferente, gente nova, fazer uma renovação para atuar no estado, isso tem que ser feito através da política. Para fazer isso através da política nesses cargos de lideranças, que é o que faz a diferença no processo, você tem que ter um partido. Aí olhamos em volta, na época tinha 27, 28 partidos, falamos, mas nenhum desses nos representa. E qual era o nosso grande desafio? Fazer as pessoas participarem da política. Desde aquele momento até hoje sempre teve uma aversão muito grande à política. E aí eu disse o seguinte, vai ser mais fácil a gente tentar começar do zero, fazer uma instituição limpa, com princípios e valores, com ideias, sem um salvador da pátria. E aí se a gente conseguir montar isso e mostrar às pessoas que só a participação delas vai mudar a realidade, pode ser que a gente consiga começar a fazer alguma coisa. E aí resolvemos colocar essa ideia de pé em 2010, no final de 2010. Eu tive um problema de saúde, no início do ano eu fiquei praticamente seis meses em tratamento e aí no final de 2010 a gente começou a chamar os amigos, falar, olha, política está no nosso dia a dia, interfere na nossa vida desde a entrada na faculdade até o tamanho da lixeira, tudo isso é a política. E se a gente está inconformado, está indignado com isso, a gente tem que entrar nesse processo, vamos tentar montar um partido para trazer gente diferente com esses princípios? E a grande maioria desses primeiros 200 amigos, colegas, conhecidos com quem a gente conversou resolveram se engajar e ser fundadores do Novo.

Ainda, segundo Roberto Motta: “Eu fazia as reuniões iniciais no Rio, com um pequeno grupo. Eu era o evangelizador e o mobilizador, que viajou pelo Brasil trazendo centenas de pessoas para o projeto.

 

E-mail sobre a fundação do Partido NOVO

E-mail sobre a fundação do Partido NOVO

 

O Novo foi fundado em 12 de fevereiro de 2011 por 181 cidadãos de 35 profissões diferentes e oriundos de dez estados brasileiros, com idades variando de 16 a 88 anos.  “Um grupo de amigos no escritório, empresários, gente do mercado financeiro… Tivemos duas reuniões no Rio e uma em São Paulo e foram chegando estudantes, profissionais liberais. Nenhum político no grupo”.

Em 2011, o “Diretório Nacional Provisório” possuia 4 membros (atualmente  são 5) e uma equipe pequena. Contava ainda com algumas empresas terceirizadas, para ajudar nos processos de divulgação do Novo e na coleta de assinaturas.

Em 2013, Fabio Ostermann chamava a atenção para a boa recepção da onda liberal em curso no Brasil, e profetizava sobre o grupo que estava por trás da criação do Novo: “Falando em política, tem outra novidade na área. O Partido Novo, que está em processo de formalização, tem algo que ninguém mais tem: dinheiro. Talvez por isso encarne a esperança de todos”.

Inspiração Colombiana

Em uma de suas primeiras entrevistas, ao Valor Econômico em 15/03/2011, Amoedo afirma que “a inspiração do Partido Novo vem da Colômbia e de Sérgio Fajardo Valderrama, ex-prefeito de Medellin, entre 2004 e 2007”. Doutor em matemática, Sergio Fajardo marcou sua gestão pela técnica, saiu com 80% de aprovação e elegeu seu sucessor. Em 2010, lançou-se à Presidência proclamando-se um candidato sem ideologia.

Entre os amigos que contribuíram com ideias para o partido estão o economista Edmar Bacha, que ajudou a idealizar o Plano Real, e o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. Além de ter recebido incentivo de alguns dos mais conhecidos nomes do setor, como os banqueiros Pedro Moreira Salles e Fernão Bracher.

Vote no Partido Eficiente!

O administrador e PhD por Harvard, Stephen Kanitz, comemorou o fato do partido ter conseguido coletar as 490.000 assinaturas suficientes para obter o seu registro e comenta que estranhou o nome Novo, “como se não dissesse nada, que só funcionaria enquanto de fato fosse novo. Mas dá para fazer muito com o termo -Novo-. Mas vou deixar para vocês criarem os jingles e os motes, para mostrar que -Novo- pode ser uma palavra bem trabalhada.”

Stephan diz que preferia o termo original:  Partido Eficiente ou Bem Eficiente, mas “os especialistas em marketing votaram contra”. A preocupação era a de que o adjetivo para “trabalho correto sem erros e de boa qualidade” atraísse a todos: “políticos de esquerda que querem uma esquerda mais eficiente, atrairia políticos neoliberais que querem um neoliberalismo mais eficiente, atrairia políticos de direita que querem uma direita mais eficiente. Atrair políticos velhos é tudo o que não queremos”.

Marketing “da boa gestão”

“A gestão eficiente permeia tudo” (João Amoedo).

“Não somos um partido de ideologia e sim de ideias. Defendemos algumas bandeiras que podem ser consideradas de Esquerda – educação básica pública – e outras de Direita – oposição ao Estado paternalista” (Marcos Alcântara Machado).

Como uma empresa que tenta verificar a viabilidade de um produto específico para um determinado nicho de mercado, nos primórdios de seu projeto de partido político, ainda não havia a certeza sobre qual caminho se deveria seguir. Perguntado em 2011 sobre o tamanho ideal do Estado -tema que geralmente identifica ideologicamente os partidos- , Amoêdo diz se tratar de uma “discussão secundária.”

Na mesma linha de não-alinhamento, afirma que, dentro do espectro político, “se fosse obrigado”, poderia considerar o Novo uma “legenda de centro”. Segundo Cristian Klein, do Valor Econômico, o projeto “combina ideias consideradas de direita, como a redução de impostos, e de esquerda, como justiça social”.

“esquerda, direita, socialismo, capitalismo, liberalismo e democracia não mais definem a ideologia de um partido. O NOVO, se pautando em objetivos e valores maiores, de acordo com seu conjunto de princípios, programa e estatuto, proporá, em conjunto com seus fundadores, filiados, críticos e comentaristas, um rótulo que defina sua metodologia baseada em gestão e cidadania.” – Site do Novo

O não alinhamento em relação a temas polêmicos é um fator gerador de críticas, como as de Fernando Raphael Ferro, do blog Democracia e Liberdade. Sem citar fontes, afirma: “O NOVO evita definir-se no espectro político simplesmente para não comprometer sua -marca-, que é o modo como pensam o partido. Tudo é permitido dentro do NOVO, exceto discutir política. Suas poucas bandeiras são definidas em pesquisas de marketing para atrair a atenção da população para sua marca. Nenhuma discussão séria, sedimentada sobre os porquês disso é feita entre os correligionários. Certamente é hoje um dos proto-partidos mais centralizados do país.”

Amoêdo explica que para a construção de um projeto é preciso ter etapas bem definidas e não tomar atalhos (…) “o programa do partido combina ideias consideradas de direita, como a redução de impostos, e de esquerda, como justiça social”.  Continua: “o partido tem o dever e a obrigação de, primeiro, selecionar seus candidatos. Segundo, dar suporte ao candidato, na fase inicial e depois de eleito. Suporte técnico, digo. E a terceira coisa é cobrar: nossos candidatos terão metas de gestão, o que não vi em nenhum outro partido”. Explica ainda que esses pré-candidatos selecionados terão os seus posicionamentos pessoais e que cabe aos filiados, votar em assembleia e escolher qual deles irá representá-los na eleição.

Liberal na Economia

“Não tem por que [o Estado] estar se metendo em exploração de petróleo, em manutenção de estradas, em bancos. Não tem por que o Estado estar nisso. Então nós somos totalmente a favor de o Estado privatizar essas áreas, diminuir a sua atuação e focar naquilo que dificilmente a iniciativa privada vai conseguir fazer”, expõe o presidente da futura legenda, numa entrevista a Rodrigo Constantino, em sua coluna na revista Veja.

Sobre o receio de associarem o partido aos interesses do setor financeiro: “É um risco, mas vamos chamar as pessoas para debater ideias. O que prega o Partido dos Trabalhadores, por exemplo, sobre o FGTS? Forçam o trabalhador a economizar na Caixa, com rendimento menor que o da poupança, utilizam o dinheiro para financiar empresas privadas. Nós defendemos que o FGTS seja opcional. A pessoa decide se quer e onde investir. Chamaremos para debater ideias”.

Investimento

Sem garantia de que a ideia sairia do papel, os fundadores gastaram algumas centenas de milhares de reais com consultoria jurídica, criação do site e publicação da ata de fundação e do estatuto no Diário Oficial da União, no dia 17 de fevereiro de 2011.

Metade da quantia foi utilizada com o que Amoêdo chama de “testes-pilotos”, nos quais empresários e profissionais liberais têm recebido e-mails com um resumo das propostas e um anexo com fichas de apoio, em São Paulo e no Rio, para agilizar o processo de registro. Os recursos vieram dos próprios fundadores.

Contratou-se o escritório Pinheiro Neto, um dos mais tradicionais do país, para a confecção do estatuto. Também empresas de marketing, para coletar assinaturas. Publicitários produziram site, perfis em redes sociais e um vídeo promocional, que repete lemas como “Pense no Brasil como uma empresa” e “Se o Brasil fosse uma empresa, você seria o cliente”.

Segundo entrevista para a revista Época desde a sua fundação, em 2011, até o fim de 2014, o partido consumiu um total de R$ 5 milhões, de acordo com Amoêdo, R$ 1,5 milhão a mais que a estimativa inicial. Quase tudo foi custeado por apenas meia dúzia de pessoas, inclusive ele próprio. Do investimento total, segundo o partido, 80% foram gastos no processo de coleta de fichas de apoiadores na rua. O restante foi usado para pagar as despesas com a parte legal e os investimentos em tecnologia, como o site do partido e a compra de ferramentas para facilitar sua gestão.

Fraude na coleta das fichas

Em meados de 2011, Amoêdo ficou sabendo que teria de prestar depoimento na Polícia Federal – alguns funcionários da empresa contratada para coletar as assinaturas dos apoiadores haviam falsificado as fichas enviadas aos cartórios eleitorais. Como ele assinava as petições de entrega das fichas, passou a ser investigado pela PF.

Felizmente, para Amoêdo, um delegado da PF se deu conta de que, na verdade, ele fora vítima e não agente do delito. “Naquele momento deu uma certa dúvida sobre a continuação do projeto”, afirma. “A gente estava tentando fazer algo para melhorar o país, gastando dinheiro, dando nosso tempo, e ainda tinha de lidar com esse tipo de coisa. Foi duro.”

Outra dificuldade para o registro do partido foi a possibilidade da duplicidade de certidões (link), o que foi posteriormente descartado.

Eike Batista

“Se fosse verdade, não seria Partido Novo, mas Partido X, o PX”, ironiza o engenheiro, ao se referir à letra presente no nome de todas as empresas de Eike Batista, que também nega envolvimento no projeto político. O empresário chegou a soltar uma nota desmentindo vínculos com a futura agremiação.

Eike_Twitter1

Nota da #EquipedoEike

Em recente contestação sobre o assunto, na apresentação do Novo em São Paulo, foi reiterada a negativa, com a simples argumentação de que seria impossível, pois o ideário do partido é de não compactuar com o “capitalismo de compadrio”.

Alteração do Estatudo

Para efetivar o registro do partido político foi necessário fazer algumas alterações no Estatuto. Segundo Amoedo, “O que houve foi que nossos advogados sugeriram que era preciso ter um controle da legenda, na fase inicial, até se garantir que a ideia original estava implantada, e de pé”.

Conforme o registro original do Partido Novo no TSE, em 17/02/2011 (link), estava em seu estatuto que os membros do Diretório Nacional teriam mandato vitalício, prevendo sua saída compulsória apenas aos 75 anos. Algo que foi interpretado por muitos especialistas como “algo mais para o modelo messiânico dos partidos nanicos que possuem donos“.  O Estatuto como redigido, estaria baseado em pessoas e não em conceitos, e não seria aprovado pelo TSE, como explica Carlos Nepomuceno em seu vídeo.

O que estava no Estatuto original:

Artigo 30 . §3º – Os mandatos dos membros do Diretório Nacional são de prazo indeterminado, até que o respectivo dirigente atinja 75 (setenta e cinco) anos de idade.

Artigo 112 . Parágrafo Único – Não podem ser alteradas ou suprimidas, em nenhuma hipótese, as disposições estatutárias que dizem respeito à composição e poderes do Diretório Nacional, que são consideradas  cláusulas pétreas, garantidoras das próprias razões e motivações que estão determinando a fundação do NOVO.

A impressão geral era a de que o grupo de fundadores que contribuíram financeiramente para a criação do partido queriam minimizar o risco do investimento. Ao exigir a efetiva perpetuação da cúpula dirigente, inclusive, colocando isto como uma “cláusula pétrea” afim de garantir  tanto a  continuidade do projeto como a imaculabilidade de seus objetivos.

Nas palavras do próprio João Amoedo : “Nos preocupamos em fazer o Novo com ideias claras e firmes, mas tememos que, em seguida, viessem grupos e o descaracterizassem. A gestão que defendemos para o país é pelo viés democrático, onde todos votam, mas no Novo a gestão será por meritocracia.”

A meritocracia no Estatuto:

Artigo 24 . §1º – Para exercer qualquer cargo ou função partidária é preciso ter ilibada reputação, aptidão para a gestão, capacitação funcional e reconhecida identidade com os objetivos e princípios do NOVO.

O problema é que, apesar de pregar as práticas da boa gestão empresarial para o campo da política, o Novo não é uma empresa, é um partido político. Nas palavras do próprio Diretório Nacional: “o Partido Novo entende necessário é que se evitem os vícios das estruturas que deixam de satisfazer aos fins para os quais foram concebidas e criadas, para satisfazer às oligarquias que as ocupam”.

Como a legislação (Lei dos Partidos Políticos) determina que o estatuto estabeleça prazo para o fim dos mandatos e que filiados, em dia com a agremiação, tenham igualdade de direitos e deveres, como votar e ser votado, no entendimento do Juiz João Noronha o Estatuto não refletia esta tese, e o seu registro acabou sendo negado pelo TSE. Foi então necessária uma alteração do estatuto, que foi reenviado ao TSE em 01/09/2015 (link). Com as segiuntes alterações:

(inclusão de prazo nos mandatos)

Artigo 30 . §3º – O mandato dos membros do Diretório Nacional terá a duração de 4 (quatro) anos, permitida a reeleição mas vedada mais de uma recondução para o mesmo cargo.

(O Diretório Nacional deixa de eleger os seus próprios membros. Passa a elaborar uma lista de candidatos, cuja eleição se dará pela Convenção Nacional. Alterações incluídas em sublinhado)

Art. 26. -Terão direito a voto nas Convenções Nacionais os membros do Diretório Nacional, os Presidentes e Vice-Presidentes dos Diretórios Estaduais e Distrital e os mandatários eleitos pelo NOVO que estejam no exercício de mandatos executivos ou legislativos federais.

Art. 27. -Compete à Convenção Nacional:
VIII – eleger os membros do Diretório Nacional

Art. 31. -Compete ao Diretório Nacional:
I. – eleger o novo membro do Diretório, em caso de vacância do cargo e elaborar a lista de candidatos a membros do Diretório Nacional;

O Partido Número 30

Você sabia que o Partido Novo quase é impedido de utilizar o número 30? O PS – Partido Social, ingressou com pedido de impugnação, afirmando que já utiliza o número 30 e requer seu uso como “propriedade intelectual”, pois “remete a número de partido já extinto e do qual o presidente do PS fazia parte, como membro da comissão executiva nacional”. Deste modo, pede “para determinar ao Partido Novo se abstenha de usar o número 30” 

Este partido extinto, incorporado em 2003 pelo PS (ou PL, como está no wikipedia), era o antigo PGT – Partido Geral dos Trabalhadores, fundado em 1995 por dirigentes da Confederação Geral dos Trabalhadores, inicialmente presidido por Francisco Canindé Pegado.

A “Onda liberal” no Brasil

Citando trechos do blog do Prof. Paulo Moura: “O EPL (Estudantes Pela Liberdade) está presente nas mídias sociais e cresceu nas universidades de todo o país, atraindo milhares de jovens para jornadas de leitura e debates dos textos liberais. O Fórum da Liberdade, promovido pelo IEE (Instituto de Estudos Empresariais), do Rio Grande do Sul Colóquios, seminários e fóruns, patrocinados por entidades liberais de todo o Brasil, construíram um público consistente e numeroso de defensores do ideário liberal.

Fruto desse trabalho, constituiu-se um amplo público adepto do liberalismo no país, cuja visão de mundo não encontra representação nos partidos políticos tradicionais. No Rio Grande do Sul, foram essas lideranças jovens que alavancaram a candidatura de Marcel van Hattem à Assembleia Legislativa do estado com 35.345 votos. Ninguém, nem mesmo no PP entendeu de onde vieram os votos do Marcel, que fez uma campanha barata, ancorada em valores e princípios e sustentada numa militância voluntaria nas mídias sociais e nas ruas. Muitos dos seus apoiadores são os fundadores do NOVO no RS.”

A própria esquerda reconhece a importância da consolidação do discurso liberal, seja através do Partido Novo ou de outras correntes. Segundo o blog Viomundo “Equivocam-se aqueles que acham que o discurso é impopular. O brasileiro, inclusive o mais pobre, em linhas gerais tem um pensamento conservador. A maioria é a favor da pena de morte, contra o casamento gay, contra os direitos das mulheres e mais… acham que Estado e políticas sociais só atrapalham. Talvez a única coisa que a maioria preserve de fato, sejam as conquistas trabalhistas. Mas pergunte a qualquer cidadão, se ele prefere mais impostos e mais políticas sociais, ou menos impostos e menos políticas sociais. Quando esse paradigma passa para a classe média, aí o discurso liberal é campeão.”

A onda liberal tem ganhado mercado e o primeiro partido oficial a fazer movimentos neste sentido, já na campanha presidencial de 2014, foi o PSC (Partido Social Cristão). A plataforma da campanha de Pastor Everaldo foi o liberalismo econômico e, naturalmente, conservador. Preservando, em certo sentido, um “desgaste” que recairia sobre o PSDB.

Após a “quebra do gelo” inicial e também pela recente alteração de paradigma, causada pelo repentino sucesso e repercussão do Partido Novo e seu liberalismo “descarado”, outras legendas estão fazendo o seu movimento e assumindo bandeiras econômicas de livre mercado, como o PRB e o DEM. Já surge até um representante do liberalismo social, como vimos na propaganda partidária em rede nacional, do PSL, esta semana (vídeo 1, 2, 3 e 4).

Protestos de março e os Irmãos Koch

Segundo o wikipédia, Os protestos antigovernamentais no Brasil em 2015 foram “manifestações populares que ocorreram em diversas regiões do Brasil tendo como principais objetivos protestar contra o Governo Dilma Rousseff e a corrupção”.

Os protestos de março reacenderam o ressentimento popular em uma magnitude que não se via desde as apartidárias “jornadas de junho” de 2013. Recém reeleita com apertadíssimos 51,6% dos votos válidos, o governo de Dilma Rousseff iniciou um impopular plano de ajuste fiscal, que inclui mudanças nas regras de benefícios previdenciários, corte de gastos e de programas sociais. Contrariando toda a sua plataforma de campanha política, foi acusada de estelionato eleitoral pelos eleitores e viu sua popularidade despencar de 52% em dezembro para 7%, à época dos protestos. Inclusive sendo alvo de críticas dos próprios partidos de esquerda, centrais sindicais e movimentos sociais.

Um dos maiores interessados e suposto financiador dos principais grupos que reverberaram os protestos de março de 2015, seriam os “Koch Brothers”, os maiores financiadores da extrema-direita nos Estados Unidos, cujo maior expoente seria a ala republicana do “Tea Party”.  Algo semelhante à uma ala conservadora que, no Brasil, seria representada por Jair Bolsonaro.

Outras iniciativas dos irmãos Koch Cato são o Institute Atlas, Economic Research Foundation (que patrocina a Leadership Academy) e o Institute for Humane Studies, às quais os integrantes do MBL “estão ligados”, segundo matéria de Antonio Carlos, para Carta Capital: “Estudantes pela Liberdade (EPL) são financiados por corporação petroleira norte-americana que ataca direitos indígenas, depreda ambiente e tem interesse óbvio em atingir a Petrobras.”

Continuando o raciocínio, citando diversas lideranças ou colaboradores como Luan Sperandio Teixeira, Fabio Ostermann, Rafael Bolsoni, Juliano Torres entre outros, destes e de outros movimentos que, em alguma etapa de sua formação profissional ou intelectual, teriam passado ou sido influenciados por tais entidades ou fundações.

As indústrias dos Irmãos Koch têm suas principais atividades ligadas à exploração de óleo e gás, oleodutos, refinação e produção de produtos químicos derivados e fertilizantes. É natural que seus interesses estejam diretamente ligados à abertura do mercado brasileiro e contrário ao atual alinhamento ideológico do governo. Essa postura vem ao encontro da tendência liberal e dela se beneficia, não o contrário.

O financiamento ou patrocínio de institutos, entidades representativas ou até de ONGs que pratiquem ou representem ideais específicos,  das mais diversas tendências não é algo incomum, muito pelo contrário. Todos os dias nós somos literalmente “empurrados” de um lado ao outro, seja lendo um jornal, assistindo uma novela ou ouvindo um rádio. A divergência de opiniões é o alicerce básico de uma democracia. Antes de iniciarmos qualquer diálogo neste campo, é necessário conversar sobre a imposição implicita da doutrinação pedagógica nas escolas brasileiras, denunciado pela ONG Escola Sem Partido, onde o Estado orienta os concursos públicos de modo a selecionar apenas o professor militante preparador, “engajado, participativo e determinado a fazer o seu trabalho de militância e doutrinação nas salas de aula.”

Como o próprio Arthur Abdala afirmou em seu blog Raiz da Questão, O EPL, o MBL e o Novo não se confundem mas têm interfaces devido ao fato de que membros do EPL e do MBL estão no Novo. Mas, não é necessário ser do Novo para integrar esses movimentos e não é necessário integrar esses movimentos para entrar no Novo. Aliás, o Novo não é nem a primeira opção para muitos dos integrantes do MBL, os quais são filiados ao PSDB mas preferem o DEM ao Novo, considerado muito “bonzinho”.

O partido “omnibus”

Sobre os temas de alto potencial divergente, João Amoedo afirma, em entrevista ao Spotnik: “Nós entendemos que aborto, drogas, casamento entre pessoas do mesmo sexo, são assuntos importantes, mas não são prioritários na nossa agenda.” E segue: “E não gostaríamos também de ter uma divisão dentro do Novo no primeiro momento, de pessoas que tem a mesma ideia nossa quanto a esses temas principais, mas tem ideias diferentes sobre outros temas que nós consideramos, como volto a dizer, importantes, mas não tão prioritários. Então, no primeiro momento, se pessoas que tem esses mesmos conceitos quanto ao Novo, são muito bem vindas, independente se elas tem um posicionamento pró ou contra o aborto, pró ou contra drogas. Apesar de serem temas polêmicos, de ter tido uma discussão, nós queremos ter uma outra agenda que entendemos ser mais urgente para o país, que é a redução do tamanho do Estado com devolução de poder aos indivíduos. Por isso, inicialmente esses assuntos serão deixados para uma discussão posterior.”

Segundo o wikipedia, teria Fernando Henrique Cardoso cunhado o termo -partido omnibus- para “nomear aqueles partidos políticos que já partem do propósito explícito de reunir seguidores de diversas doutrinas e ideologias para atingirem objetivo comum a eles todos” (omnibus significa para todos, em latim)

Ao se posicionar quase que exclusivamente sobre os aspectos econômicos, o Partido Novo procura se capacitar, ao menos em sua fase atual, como o “partido omnibus” da causa liberal, procurando angariar a quase totalidade o público adepto do liberalismo no país. Desde os mais radicais, anarco-capitalistas e libertários, até aqueles que votam (ou deixaram de votar) no PSDB, cuja ideologia não propriamente os representa mas é o que havia de mais próximo à sua concepção ideológica.

Como mel e abelhas

Dentre os provaveis candidatos identificados como liberais ou libertários, como bem citou Valdenor Junior, temos “Paulo Batista, Marcel van Hattem, Rodrigo Mezzomo, Paulo Eduardo Martins, Adolfo Sachsida e Evandro Sinotti. Mas a auto-identificação com a direita pesou: alguns desses candidatos são conservadores ao invés de liberais propriamente, outros adotaram um discurso voltado para o liberalismo econômico exclusivamente, buscando o “fusionismo” entre liberais e conservadores como um bloco unitário”.

A Lei brasileira não permite candidaturas avulsas ou independentes. Todo  candidato precisa estar filiado a um partido que para disputar uma eleição. Foi o caso de Marina Silva em 2014, cujo partido Rede Sustentabilidade ainda não tinha o registro diferido pelo TSE e pode disputar o pleito daquele ano pelo PSB. Para 2016, o Novo poderá ser a opção óbvia e abrigar inúmeras correntes liberais dentro de suas fileiras. Assim como está fazendo a Rede Sustentabilidade, ao servir de porta de entrada e oferecer vagas para candidaturas de partidos sem representatividade. São opções para o Líber, o Piratas e candidatos anarcocapitalistas.

O próprio MBL vê na prática do pragmatismo político, em oposição ao purismo, a única forma de obter resultados. Deste modo “conversa com FHC em uma mão e atua com Hélio Bicudo em outra. Abre diálogo com a esquerda o centro e a direita, em forma de unir a indignação em torno do totalitarismo petista”. Como já disse Luciano Henrique em seu blog, Ceticismo Político.

Partido político sem políticos

Em entrevista recente a Guillherme Macalossi, Amoedo desmitifica que o Partido Novo não aceita e nem irá aceitar nenhum político em seu quadro de partidários. Muitos mandatários procuram o partido afim de concorrer pela legenda já para o pleito de 2016, inclusive, prometendo currais eleitorais vencedores. A realidade é que eles desistem quando conhecem os conceitos do partido, incluindo a limitação ao carreirismo político.

Outro receio de alguns candidatos  que procuram o partido é a incompactibilidade entre projeto pessoal e o projeto do partido. O Novo não pretende fazer coligações (por não encontrar outro partido com o qual compartilhe dos mesmos projetos), terá pouco tempo de televisão, baixa visibilidade e até uma infraestrutura ainda muito precária.  Tem que existir um compartilhamento de projeto pessoal, normalmente mais de curto prazo, com o projeto do partido, que é mais de longo prazo.

Muitos políticos são afinados com as idéias do Novo, como o jornalista e economista José Regufe (José Antônio Machado Reguffe), do PDT. Outras vezes, existe um impedimento legal para a participação destes, como é o caso do deputado gaúcho Marcel van Hattem (PP). Por ter assumido a cadeira como suplente de Pedro Westphalen,  existe uma restrição legal que o impede de mudar de partido, pois perderia o mandato.

Um bom exemplo deste paradigma foi a pergunta de um senhor, na apresentação do partido em São Paulo, na Fecomércio. O senhor tomou a frente para perguntar; “Eu tenho uma dúvida. Ou eu saio candidato pelo Novo ou eu saio candidato. O que eu devo fazer?”. O apresentador gentilmente respondeu que quem irá selecionar e preparar os pré-candidatos, de acordo com o perfil que procuramos, será o partido. “Não posso garantir que o senhor sairá candidato. Se há dúvidas, melhor procurar outro partido”.

Centralização excessiva

Ele (Amoedo) trouxe do mercado financeiro pessoas com entendimento zero de política e total falta de habilidade no trato com gente. Essas pessoas assumiram a direção do partido. – Roberto Motta (Facebook)

Um ponto chave muito criticado pelos apoiadores do partido são os poucos canais de comunicação existentes. Muitas vezes entendida como uma barreira proposital à participação efetiva dos novos filiados e imposta para se preservar a imagem “neutra” do Novo e afastar a discussão interna dos chamados temas espinhosos. O partido afirma que utiliza o canal do Facebook para desenvolver o diálogo com os seus filiados, levantando diariamente diversas posições e estimulando o seu debate.

Para muitos simpatizantes, isto não é suficiente. E tem levado muitas pessoas a reconsiderarem o seu apoio, a criticarem o partido e, inclusive, a formalizarem a sua desfiliação, citando a falta de participação como o principal fator de desilusão com o partido. Outros eleitores, mais  racionalistas e pragmáticos, como Paulo Roberto, Hélio Rosa, tem declarado seu apoio ao partido, mas sem qualquer tipo de comprometimento ou ajuda financeira.

Apesar do razoável sucesso no rechamamento dos cidadãos que relutavam em participar da política, o partido Novo poderia alcançar um nível ainda maior de adesão, não fosse a sua cautela monastérica e excessiva centralização. É o ônus do planejamento a longo prazo. Uma necessidade temporal que deverá ser alterada conforme mais núcleos municipais forem sendo criados, assim como a necessidade de sedes fixas, hoje uma realidade fora do orçamento do partido.

Equipe enxuta e profissionalização

De acordo com o presidente do diretório distrital do partido, Cláudio Cavalcanti Barra, a equipe responsável pela administração dos perfis nas redes sociais “é bastante enxuta” e conta apenas com quatro profissionais contratados. Não conta sequer com um sistema de newsletter regular. Afirma, todavia, que “conseguem responder a praticamente todos os e-mails que recebem”. A resposta padrão é orientar os filiados a reproduzir o conteúdo oficial e a divulgar a agenda de palestras e eventos do Novo nas redes sociais. Aos que desejam participar fora dos meios digitais, a indicação é procurar os grupos locais e participar das suas ações organizadas.

Também explicou ao 30 Diários, Alfredo Schnabel, do grupo de ação de rua de São Paulo, “o site é mantido praticamente por voluntários, em seus horários livres”.  Completa dizendoque os atuais problemas de comunicação serão solucionados quando houver a profissionalização de todas as áreas do partido, que hoje são tocadas pelos voluntários. Já está em curso a contratação de um Diretor de Comunicação e um Gerente de TI.

O que, a princípio, pode parecer uma postura de isolamento ou de indiferença para com os filiados também é, ironicamente, o revés de um  sucesso subdimensionado. Não obstante ter uma infraestrutura baseada em um orçamento enxutíssimo para os padrões partidários brasileiros e suportada por não mais que 8 funcionários, o partido tem que dar conta da organização interna, da coordenação nacional de todos os diretórios e a enxurrada de demandas que recebe diariamente de seus filiados.

A partir de 2015, essa direção nacional e seus prepostos transformaram um movimento ativista, voluntário e engajado em uma organização autoritária, arrogante e desrespeitosa com os filiados. Discordâncias ou questionamentos eram punidos com expulsão sumária (isso ocorreu em todo o Brasil). Isso atingia qualquer pessoa que demonstrasse liderança e iniciativa. – Roberto Motta (Facebook)

Problemas com o cumprimento de prazos junto ao TSE, atualização de informações sobre filiados, com prejuízos a pré-candidatos e algumas outras “trapalhadas” põem em xeque os benefícios de tão acanhada equipe frente ao desafio proposto.

Orçamento 2015/16

Entre comunicação, operação, administrativo e treinamento, o partido tem uma previsão de despesas de R$195.000,00.

A proposta do partido é bancar integralmente o seu custeio apenas com a contribuição voluntária dos seus filiados. No primeiro mês após o registro do partido, cerca de 5 mil filiados se registraram e contribuem com R$315 por ano (R$ 26,25 por mês).

Fabio Luis Ribeiro, vice-presidente do Novo, afirma que a autossuficiência do partido está próxima: “O valor seria alcançado se pelo menos um terço dos 30.000 cadastrados no site do partido se filiarem”.

Fundo Partidário

Em entrevista para O Globo, João Amoedo afirma que o Novo é contra o financiamento público de campanhas e que os partidos deveriam ser sustentados apenas pelas pessoas que compartilham dos mesmos valores e idéias, independente de pessoa física ou jurídica. Mesmo com a decisão do STF de proibir as doações empresariais, não pretende utilizar os recursos do fundo partidário, “É o princípio do Novo. Ficaremos dependente dos recursos dos novos filiados e de pessoas físicas”.

O total já recebido pelo partido, referente ao fundo partidário é de R$196.003,73 ou 0,02% do total distribuído. O montante mensal foi de  R$99.422,18 em setembro e de R$96.581,55 no mês de outubro. A quantia permaneces em um fundo de investimento, sem ser utilizada. A idéia do partido é a de não utilizar este recurso “nem para campanhas nem para manutenção do partido mas, em propaganda contrária ao fundo partidário, videos educativos ou qualquer coisa que não tivesse relacionada a nenhuma atividade-fim do partido”. 

Sobrepor-se-á o lado financeiro sobre o ideológico? O brasileiro tem por padrão político uma credibilidade tão frágil que qualquer moção de retidão ética é encarada com um pré-conceito de descrédito. Esperamos o Novo consiga alterar este paradigma.

1.000.000 de curtidas no Facebook em 2015

A sequencia histórica da evolução de “likes”, da página oficial do Partido Novo no Facebook, a principal mídia social do Brasil, é um dos principais indicadores do sucesso do partido entre a população.

Ago-2013: 360 mil
Nov-2014: 700 mil
Jan-2015: 730 mil
Set-2015: 815 mil
Out-2015: 920 mil
Nov-2015: 950 mil
Dez-2015: 1.000.000
Jun-2016: 1.200.000

Nenhum outro partido político brasileiro, exceto o PSDB, tem mais apoiadores na rede social do que o Partido Novo. A extrema velocidade com que sua proposta conquista admiradores no Facebook dá sinais de que, em pouquíssimo tempo, deverá atingir o primeiro lugar na preferência do brasileiro na internet. A celebração da milionésima curtida é mais um marco desta mudança de mentalidade, na crença de um país mais admirado.

Como disse Erich Tavares, finalizando a apresentação do Novo em 26 de novembro, na Fecomércio – “Não basta colocar 1 milhão de pessoas na Avenida Paulista num dia e, no dia seguinte, não ter o que fazer. Nós criamos uma ferramenta para ter o que fazer no dia seguinte”.

Gostei do NOVO – Como faço para participar?

Existe duas formas de ajudar: como APOIADOR e como VOLUNTÁRIO

O APOIADOR é a pessoa que curte e compartilha as publicações do NOVO na internet, ajudando a divulgar o partido na rede. O APOIADOR também pode ajudar participando das Ações de Rua, que são eventos externos, sempre em locais de grande fluxo de pessoas e, fazem o link, entre o partido e a população. A grande contribuição do APOIADOR é divulgar o NOVO, seja nas ações, entre amigos e familiares.

Já o VOLUNTÁRIO é aquele que deseja ter uma participação mais efetiva nos rumos do partido. Seu compromisso, além de ajudar a divulgá-lo, é ter voz ativa na construção das políticas públicas, na agenda dos futuros candidatos, na organização interna, na participação dos núcleos e diretórios e até na frente de batalha, como candidato. Propõe-se (mas não obriga-se) que o voluntário contribua com uma doação mensal, dentro da proposta de autossuficiência financeira do NOVO e como forma de compromisso e de responsabilidade pessoal com o projeto.

Tanto o APOIADOR quanto o VOLUNTÁRIO podem ser filiados ou não ao partido. Porém apenas os filiados podem ser candidatos a cargos internos e públicos, votar e ser votados.

Entre no site do NOVO em novo.org.br e se cadastre para receber os informativos sobre as palestras e apresentações que acontecerão no seu bairro ou na sua cidade. Também é possível fazer a sua filiação diretamente no site.

Participe das apresentações, das palestras ou entre em contato no email faleconosco@novo.org.br e saiba como se tornar um VOLUNTÁRIO em sua cidade.

Filiados versus Diretório Nacional

Cedendo às crescentes demandas por maior participação decisória de todos os filiados paulistanos que participam ativamente da vida partidária e não apenas dos que possuem recursos financeiros para pagar a doação mensal extra, a histórica reunião de 10 de maio de 2016 congregava, pela primeira vez e de forma isonômica, tanto os filiados A30 (Apoiadores) como os V30 (Voluntários).

Delineando sobre as boas intenções da Direção Nacional, na montagem de todo o processo, na engenharia envolvida na busca pelo candidato ideal, os filiados presentes muito questionaram se o rigor extremo não era contraproducente ao próprio teor de longo prazo do projeto. Questionavam se a busca pela perfeição, na ocasião do périplo que uma virtual (e improvável) vitória iria exigir deste candidato e do próprio partido no curtíssimo prazo não seria por demais sacrificante com o seu próprio projeto a longo prazo.

Os presentes coadunam que a decisão de não lançar candidatura à prefeitura paulistana seria danosa, não apenas do ponto de vista emocional mas também do ponto de vista racional, contrário ao parecer do próprio Grupo de Inteligência Eleitoral interno e, até estratégico, tendo em vista a legislação e o próprio momento de reorganização ideológica a ser cicatrizado nas eleições de outubro.

Ao final da reunião, os filiados paulistanos, representados na reunião pelos seus pares ativos V30 e A30decidiram pelo apoio ao lançamento de um candidato à prefeitura de São Paulo pelo NOVO, na forma de um abaixo-assinado, elaborado por Rodrigo Sanches. A repercussão através do 30 Diários foi imediata e de âmbito nacional. Na sequencia vieram o abaixo-assinado dos filiados de Belo Horizonte (Minas Gerais) e o abaixo-assinado dos filiados do Rio de Janeiro, em favor de dois candidatos ilustres: um dos fundadores do NOVO, Roberto Motta, e Ricardo Negreiros, do Reiventando Cidades.

A30 e V30 decidem pelo lançamento da candidatura própria do NOVO à prefeitura de São Paulo

A30 e V30 reunidos decidem pelo apoio ao lançamento de candidatura própria do NOVO-SP à prefeitura da Capital.

Rio de Janeiro, 2016

“A partir de 2015, essa direção nacional e seus prepostos transformaram um movimento ativista, voluntário e engajado em uma organização autoritária, arrogante e desrespeitosa com os filiados. Discordâncias ou questionamentos eram punidos com expulsão sumária (isso ocorreu em todo o Brasil). Isso atingia qualquer pessoa que demonstrasse liderança e iniciativa.

Mas o episódio mais grotesco dessa história foi a decisão do Amoedo de indeferir a minha pré-candidatura à Prefeitura do Rio de Janeiro em 2016. Devido ao trabalho que desenvolvi, eu era a escolha natural dos filiados. Eu já havia sido retirado da presidência do diretório estadual pelo próprio Amoedo em 2015, em decisão que provocara revolta entre a maioria dos filiados do Rio. Não obstante, no momento da minha saída, Amoedo confirmara a intenção de me lançar candidato em 2016.

Em março de 2016 consultei Amoedo sobre a conveniência de lançar minha pré-candidatura a prefeito, e recebi nova resposta positiva. Participei então do “processo seletivo”: fui “entrevistado” por Amoedo, que me conhecia há 34 anos, e por várias pessoas cujo envolvimento e participação no partido tinham sido mínimas. Do mesmo processo participaram ainda Ricardo Negreiros (como pré-candidato a prefeito) e Leonardo Fiad e Carmen Migueles (como candidatos a vice-prefeito).

Agora vem a parte bizarra. Fui convidado a ir à casa do Amoedo em um sábado à noite. Lá encontrei, além dele, os presidentes dos diretórios municipal e estadual, e ouvi deles a sugestão de que deveria desistir de minha candidatura a prefeito, e ao invés disso sair candidato a vereador. Alguns dias depois, diante da minha negativa, Carmen Migueles – filiada poucas semanas antes, e cujas ideias e posições políticas apresentavam evidentes contradições com as posições do Novo – era anunciada como candidata à prefeitura pelo partido. No dia seguinte ao anúncio recebi, na minha casa, um telefonema de um alto dirigente do Novo se explicando, dizendo que “na verdade, não teria havido processo seletivo”. Ele completou dizendo que “somos ‘coxinhas’, por isso precisávamos de alguém ‘de humanas’ nessa eleição, para não sermos atacados” .

O que se seguiu foi uma campanha pública de destruição de reputação movida pela direção do partido e alguns de seus funcionários e filiados contra mim.

Quando resolvi recorrer ao próprio Estatuto do partido, que dá aos filiados o direito de fazer suas indicações de candidatos se reunirem número suficiente de apoios, conforme era expressamente permitido pelo artigo 103, II, “b”, do Estatuto, a virulência dos ataques aumentou, com mensagens do próprio partido enviadas a todos os filiados questionando o direito garantido no estatuto e avisando que tais apoios não teriam validade pois eu teria sido “reprovado”.

Realizei um esforço gigantesco de duas semanas de coleta de assinaturas de apoio, com a ajuda de voluntários e lutando contra a máquina do partido (que se recusou a fornecer o cadastro de filiados, um direito previsto no estatuto), e enfrentando calúnias e deboche. Ao final apresentei 112 assinaturas de apoio, mais do que os 10% exigidos pelo Estatuto.

A reação do partido foi incentivar filiados a entrar com pedidos de impugnação da minha candidatura, que foi sumariamente rejeitada em uma assembleia realizada em 11 de julho de 2016. Amoedo reuniu a cúpula do partido para um julgamento stalinista, no qual um dos dois criadores do partido – eu – foi acusado de uma longa lista de faltas e pecados. Eu respondi às acusações levantadas contra mim em uma carta de desfiliação. 

Segue a carta (de Roberto Motta):

“Lenin disse que uma mentira repetida mil vezes se torna verdade. Para evitar que isso aconteça faço os seguintes esclarecimentos:

1. A decisão de indeferimento da minha pré-candidatura teve por fundamento o fato de eu ter deixado a presidência do Diretório Estadual do NOVO RJ em agosto de 2015, razão pela qual não poderia apresentar minha pré-candidatura a cargo eletivo nos doze meses subsequentes, conforme previsto no artigo 37, parágrafo 5o, do Estatuto do partido. Ocorre que o artigo 98, inciso XVIII, do mesmo Estatuto, em evidente contradição com a norma anteriormente citada, estabelece que o prazo de vedação é de 12 meses ANTERIORES a outubro do ano em que se realizam as eleições.

Essa segunda norma sempre prevaleceu, por consenso, no âmbito do partido. Tanto assim que fui convidado a participar das eleições de 2016 pelo próprio presidente do partido, no exato momento de minha saída da presidência do Diretório Estadual, em agosto de 2015.

No dia 7 de maio de 2016, um sábado, recebi pessoalmente de três dirigentes do NOVO, os presidentes nacional, estadual e municipal, convite para que me candidatasse a vereador pelo NOVO. O mesmo convite foi reiterado pela presidência nacional em e-mail datado de 11 de maio de 2016, cuja cópia está em meu poder.

Fica clara a tentativa de impedir minha candidatura alterando, na última hora, o entendimento sobre o prazo de afastamento.

2. O segundo argumento de impugnação foi de que eu teria aceito as regras do “processo seletivo”, e por isso não poderia ter minha candidatura apresentada pelos filiados.

É preciso explicar mais uma vez: o “processo seletivo” diz respeito ao direito dos dirigentes do Diretório Municipal de indicar pré-candidatos, e não afeta o direito dos filiados de fazer suas indicações se reunirem número suficiente de apoios, conforme é expressamente permitido pelo artigo 103, II, “b”, do Estatuto. Foram apresentadas 112 assinaturas de apoio, mais do que os 10% exigidos pelo Estatuto.

3 O terceiro argumento foi que eu não teria entregue todos os documentos necessários. Segue em anexo documento oficial do NOVO, assinado por seu representante, atestando que entreguei no dia 21/6/2016 todos os documentos necessários.

4. O quarto argumento foi que não entreguei os originais das assinaturas de apoio. Essa exigência não consta do Estatuto ou de qualquer determinação do partido. O próprio partido entrou em contato por e-mail e telefone com todos os 112 apoiadores para confirmar que haviam assinado o apoio. Desconsiderar esses apoios por falta de entrega de “originais” é fazer o jogo de uma política velha e cansada, que o país não suporta mais.

6. Por último cabe lembrar o desrespeito flagrante ao Estatuto cometido pelos dirigentes do partido quando se negaram a fornecer a mim e a outros filiados os contatos dos filiados municipais, direito expressamente previsto no artigo 12, inciso IX, c/c o artigo 107, § 2º, do Estatuto.”

E complementa, no mesmo post:

Diante da repetida declaração do candidato a presidente do Novo, de que prefere a “neutralidade” no segundo turno, os filiados do Novo descobriram quem estava preocupado com o país e quem, na verdade, tinha um projeto pessoal.

 

Filiados se organizam

Em 04 de junho de 2016, 40 filiados de quatro Estados brasileiros fundaram, na cidade de São Paulo, o 1° movimento independente de filiados ao partido, a Corrente Nacional de Filiados do NOVO, o CONFIA-NOVO. O movimento já conta com 150 filiados, de seis Estados brasileiros (junho/16).

Considerando os números oficias divulgados pelo TSE sobre o número de filiados ao Partido NOVO em todas as cidades do país, o movimento já supera em adesão o número de filiados de qualquer cidade, com exceção de São Paulo (1.094), Porto Alegre (229) e Rio de Janeiro (173).

Baseado no tripé “Filiados – Dirigentes – Parlamentares”, a corrente defende os principais valores do NOVO: liberdade individual com responsabilidade, isonomia filiada e o indivíduo como agente de mudanças e cujo objetivo é contribuir ativamente para que o partido atinja o seu objetivo de transformar o Brasil em um país admirado.

2o Encontro nacional do NOVO - Luiz Aguilar do CONFIA

2o Encontro Nacional do NOVO – Luiz Aguilar, do CONFIA

Encontros e Convenções

  • 2° Encontro Nacional do NOVO – São Paulo/SP, 26 de junho de 2016;
  • 1° Encontro Nacional dos Amigos do NOVO (não oficial) – São Paulo/SP, 04 de junho de 2016;
  • 1° Encontro Nacional do NOVO – Rio de Janeiro/RJ, 16 de agosto de 2014.

 

Solstício de Inverno

O mês de julho de 2016 foi muito ruidoso com o Partido NOVO. Além de vir sofrendo com a  altíssima rotatividade e a retenção quase nula (10%) de filiados, o que traz consigo riscos eminentes da insustentabilidade financeira, houve também a saída de grupos até então resilientes, insatisfeitos com a aplicação tácita e pouco isonômica do Estatuto.

 

Bolsonaro 2018

Ao contrário da posição assumida no pleito anterior, quando apoiou Aécio Neves (PSDB) contra a candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, o presidente do NOVO declarou-se “neutro” em 2018. O que acirrou ainda mais os questionamentos internos sobre o modelo de gestão excessivamente centralizador e top-down do partido “empresa”.

Contrariando o próprio Estatuto, que proíbe manifestações de apoio sem a concordância da executiva nacional, o candidato do NOVO ao governo de MG, Romeu Zema, avançou de maneira surpreendente nas pesquisas, ao posicionar-se de maneira contrária à de Amoedo e declarando-se à favor do candidato Jair Bolsonaro (PSL). Romeu Zema lidera disparado as pesquisas para o governo do Estado, com cerca de 74% dos votos válidos.

Seguindo o exemplo de Romeu Zema, inúmeros candidatos do NOVO posicionaram-se publicamente à favor de Bolsonaro, na esteira de um efeito semelhante ao de Minas Gerais e, ao que consta, mostrando as virtudes dos brasileiros que o NOVO conseguiu reunir. Virtudes estas, muito superiores àquelas de seu pretenso líder.

 

# Adendo

Segundo comunicado do Partido Novo, a informação acerca do parágrafo Os 12 fundadores não era procedente. Dentre os nomes da lista divulgada (Gustavo Damasio Magliocca, Ricardo Coelho Taboaço, Carlos Eduardo Tonissi Nasser, Augusto César de Araújo Neno, Luis Cláudio Laureano da Silva, João Antônio Lian, João Dionisio Filgueira Barreto Amoêdo, Márcia Bandeira de Mello Tinoco, Cinthia Beatriz Guida Taboaço e Marcelo Lessa Brandão) alguns sequer tiveram participação ativa no partido.

5 comentários sobre “Almanaque do Partido Novo

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  2. Dennys, boa noite.
    Acho que é válido acertar para 2011 o ano na frase: “Inspiração Colombiana – Em uma de suas primeiras entrevistas, ao Valor Econômico em 15/03/2001”.

    Abraço.
    Dalvo.

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