Próxima estação: Liberdade


Luiz Aguilar Partido NOVO-SP

 

O metrô de São Paulo está de parabéns. Seu único defeito é não ter maior número de estações, para levar mais paulistanos a toda parte. Bem, por óbvio existem outros pecaditos mas, deixemos isto para outra ocasião.

Desde seu nascedouro, ainda nos tempos do milagre brasileiro, o metrô causa espanto e admiração. A poesia concreta de curvas retas não deixa dúvidas de sua deselegante grandiosidade. O colorido cinza das paredes e o chão de granito se confundem naturalmente com o resto da cidade, tal qual arranha-céu subterrâneo deitado sob um cobertor de asfalto. Contradições como a estação Praça da Árvore, não lá muito arborizada ou Carandiru, que saiu de uma realidade triste para morar na memória obrigatória de todos seres humanos que assim querem permanecer. Sem falar na estação Liberdade, destino o qual todos almejamos.

Uma característica dessa peça da cidade destoa admiravelmente de todo o conjunto urbano em que vivemos: o metrô é limpo. Em contraste com as ruas e praças do andar térreo, as estações, plataformas e vagões são muito bem cuidadas não só pelos bravos funcionários da Companhia Metropolitana, atentos a tudo, mas principalmente por nós que somos apenas passageiros. No metrô, o papel de bala não vai para o chão, nem aquela infinidade de tickets e recibos que ganhamos de troco toda vez que respondemos à pergunta débito ou crédito, e povoam nossos bolsos até encontrar (ou não) a próxima lixeira. Bem, senhor alcaide, nesta disputa o senhor gosta mais de ciclofaixas do que de lixeiras, mas nós usuários da cidade precisamos de ambas – desde que bem colocadas e cuidadas, o que nem sempre é o caso, e a cidade fica salpicada de papeizinhos e outros descartes na parte de cima. Lá embaixo é diferente. As lixeiras estão presentes, são trocadas a cada tanto e estão a serviço de todos.

A contrapartida da boa manutenção é o mais importante. O cidadão vem pela rua desviando de buracos, desníveis e descartes, naquele esforço quase olímpico que é caminhar pela cidade e adentra em um ambiente de geometria sólida, reto e correto, e não vê mais os papeizinhos esparramados por toda parte – voilá. A mágica do bom comportamento acontece, e aquele lixinho não vai mais para o chão, mas espera a próxima lixeira, ou fica mesmo nos bolsos e bolsas enquanto não encontra melhor destinação. Afinal, ninguém quer dar o mau exemplo ao deixar um rastro indesejável.

A quantas anda o metrô de Brasília? Naquela cidade projetada, aposto que a mágica do bom comportamento acontece tanto dentro quanto fora das dependências do metrô. Será que podemos dizer o mesmo quando chegamos ao Congresso e ao Palácio do Planalto? O cidadão vem pela vida política, cheia de buracos e desníveis, adentra aquele ambiente limpo e saudável e se sente compelido a manter um comportamento exemplar? Sabemos que, infelizmente, não é bem assim.

Não percamos a esperança, nem vamos nos deixar abater. O NOVO tem uma proposta muito diferente àquelas dos demais partidos. Ao chamar os cidadãos comuns para dentro da política, o NOVO aposta e confia na integridade e na competência de seus quadros, a permear de bom comportamento onde hoje é só desconfiança. Sabemos que Sérgio Moro ainda tem muito o que fazer antes de se aposentar e o NOVO está aí para acelerar este processo. Sonhamos com o dia em que Moro ocupará seu tempo apenas com homenagens e descanso, contando mil e um causos de sua trajetória. Até lá, há muito o que fazer, então mãos a obra, a Estação Liberdade de Brasília ainda está em construção.

 

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Luiz V.V. Aguilar é engenheiro com MBA pela Fundação Dom Cabral, especialista em comércio internacional. Seus 15 anos como expatriado lhe conferem uma visão de economia e geopolítica a luz das liberdades individuais. É filiado NOVO de primeiro dia e membro do CONFIA-NOVO.

 

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