O NOVO e as Dúvidas transeuntes


Alexandre Reis - NOVO, SP

 

As tendências políticas liberais tem crescido muito no Brasil. Aos poucos, a vocação empreendedora e esforçada do brasileiro começam a ganhar representação na política real. Muitas pessoas perdem o medo de dizer o que pensam, medo que antes era provocado pelo constante patrulhamento ideológico socialista e a tudo que lhes é alheio.

Os defensores da Liberdade começam se organizar e entrar no embate político e mesmo que muitos desses defensores não tenham experiência prévia, nem dinheiro estatal, nem sindicatos, nem apoio de centros acadêmicos de universidades públicas (que na prática significa mais dinheiro público), tem conseguido cravar seu espaço na vida política brasileira. E isto é apenas o começo.

Quando participo das ações de rua do Partido NOVO, vejo que da população surgem muitas dúvidas. Parte dessas dúvidas vem de boatos disseminados pelas diversas esquerdas. Outra parte vem da desconstrução educacional, o que é normal em um país há décadas sob uma doutrinação marxista e os professores de humanas, via de regra, são “disquerda”.

A mídia tem sua parcela nesta desconstrução, com a afeição de jornalistas simpáticos a qualquer movimento que pareça minimamente progressista (vide reportagens recentes simpáticas ao tal “Levante”) enquanto se esforçam para caricaturar os movimentos auto-intitulados Liberais. Vide o “liberais” com aspas, que apareceu em um título de reportagem da Folha e deu uma bela dor de cabeça para a então ombudsman Vera Guimarães, que precisou dar um puxão de orelha no jornalista e chamou a atitude de “preconceito entre aspas”.

Pensando em recentes artigos que tentaram rotular a “nova direita brasileira” (o que a meu ver, já é um erro, quem tenta fazer isso está perdendo tempo) voz exponho aqui algumas questões que aparecem constantemente entre os queridos transeuntes que conversam com os voluntários do NOVO, nas ações de rua.

Quem será o candidato a prefeito?
O NOVO terá candidatos em 5 cidades (SP, RJ, CWB, POA, BH) que serão definidos em prévias, e as prévias do NOVO são prévias de verdade, cada filiado tem um voto, bem diferente de certos partidos em que delegados tem voto com mais peso e as prévias são só fachada para que no fim se escolha o queridinho do cacique.

O NOVO tem alguma coisa a ver com o MBL?
Se auto-intitula liberal, como o MBL. O MBL é um movimento social cujos membros neste ano prometem ter diversos candidatos nas eleições, espalhados em diversos partidos. Se algum membro do MBL será candidato a vereador ou prefeito pelo NOVO, terá que passar pelas prévias, como qualquer outro.  O mesmo vale para membros do VemPraRua. A regra é igual pra todos, sem privilégios.

Vocês são direita ou esquerda?

Preferimos o termo “liberal”. Acreditamos que não é função do Estado se meter no que o cidadão faz em casa ou em com quem se relaciona, assim como não é função do Estado querer ser o grande empresário e indutor da economia. O Estado tem que refletir a sociedade, não o contrário.

Vocês são o partido do Itaú?
Essa curiosa afirmação deve vir do fato de que o atual presidente do partido, João Dionísio Amoedo, já foi membro do conselho do Itaú.  A afirmação não faz o menor sentido, todo cidadão tem direito de exercer seus direitos políticos plenamente, independente de onde trabalhou ou deixou de trabalhar, seja no Itaú, no Santander ou num carrinho de pipoca. O NOVO tem tanta relação com o Itaú quanto qualquer outro partido. Ou melhor: provavelmente tem menos.

Tem algum político famoso no partido?
Precisamos acabar com essa cultura personalista. O NOVO não se opõe a que políticos já estabelecidos façam parte de seus quadros, desde que estejam alinhados nos ideias. Acontece que alguns políticos entram em contato com o partido, descobrem que as regras das prévias são iguais para todos e acabam desistindo, por verem que não terão vida fácil dentro do partido, sem garantia nenhuma de que serão candidatos a qualquer coisa, e sem uso de fundo partidário na campanha.

O partido é do Eike Batista?
Essa é boa, só pode ser uma piada. Aliás, é: a primeira vez que vi qualquer associação do NOVO com Eike Batista, veio da boca (coluna) de um comediante meio psolista, meio petista: Gregório Duvivier. Ele fez um texto pseudo-irônico, em 2013, sobre o NOVO.

Acontece que naquele texto desinformado e ignorante, o piadista conseguiu resumir tudo aquilo que o Partido NOVO mais repudia: o capitalismo de compadrio, de amigos do rei. Eike Batista conseguiu financiar grande parte de suas obras com dinheiro público, e todo mundo sabe como termina essa história. Não é função do Estado ser babá de bilionários. O BNDES, do jeito que é, é uma aberração e tem que mudar.

Querem privatizar a Petrobras?

Sim. Você gosta de ser sócio de uma empresa que gera prejuízos bilionários? Eu não.

Querem privatizar a educação?
O NOVO defende a adoção de escolas charter, que em termos bem grosseiros,  seria uma espécie de PROUNI, bem melhorado, para o ensino básico. A educação tem que ser universal, só assim criam-se as condições para a real meritocracia acontecer, portanto, ninguém no NOVO quer acabar com a educação para todos, nem obrigar os pais a desembolsar mais, eles já pagam pelas escolas, e pagam caro, via impostos.

Em muitos países, as escolas Charter competem com as escolas públicas. Hoje o Partido está aprofundando os estudos sobre o assunto, mas ninguém defende tirar escola de ninguém, muito pelo contrário: queremos escolas melhores para que os mais pobres possam se preparar melhor para a vida.

E saúde , segurança, Justiça…?
Tudo isso é obrigação do Estado.

E Correios, telefonia, estradas….?
Qualquer operação que se pague deve ser privatizada, simples assim. O Estado não consegue nem impedir que 4 epidemias sérias assolem o país, não consegue garantir plena alfabetização, porque deve se meter em assuntos em que a esfera privada executa um trabalho claramente melhor?

Mas já tem várias empresas de telefonia, de estradas, particulares, nem todas são boas.

Oligopólio não resolve. Oligopólio com agências reguladoras que na prática protegem os grupos já estabelecidos  e impedem a entrada de novos competidores também não resolve.  Oligopólio com empresas financiadas por BNDES ou que tenham fundos de pensões de estatais entre seus acionistas não resolve. Esses mercados precisam de menos regulações e mais concorrentes, de modo que não se formem cartéis e que os serviços sejam melhores e mais baratos.

Ainda assim, você acha que sua banda larga seria pior ou melhor nas mãos da antiga Telebras? Lembra das filas de meses, quando não anos, para conseguir uma linha telefônica, e de como eram caras?  Compare uma estrada pública boa com uma particular ruim. Elas devem ser iguais. Compare uma estrada pública com a Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo. Achou uma igual? Em qual país?

No Brasil é que não foi.

Alexandre Reis é publicitário e microempreendedor.  Aprendeu na prática a desconfiar do Estado em todos os aspectos e acredita na vocação empreendedora do brasileiro e no potencial do indivíduo.

 

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